O deputado Renato Roseno (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Ceará (ASlece), lançou nota de solidariedade e apoio “em defesa da Universidade Pública, por docentes, servidores e estudantes”. “O Ceará precisa valorizar suas universidades”, disse Roseno. A manifestação do parlamentar acontece um dia depois de o governador Elmano de Freitas (PT) classificar, como “injusta politicamente”, a greve dos professores da Universidade Estadual do Ceará (Uece), da Universidade Regional do Cariri (Urca) e Universidade do Vale do Acaraú (UVA). Em entrevista ao Diário do Nordeste o governador petista chegou a comparar o valor da remuneração de docentes com a renda da população do Ceará. “Não é justo esse professor de R$ 14 mil não dar aula para um aluno que a família dele ganhou R$ 1.400, R$ 1.500, R$ 2.000. Não acho justo, politicamente”, declarou Elmano.
Na nota de solidariedade e apoio, Roseno lembra que a maioria dos professores das escolas da educação básica foram formados pelas universidades estaduais cearenses. “Se a gestão se orgulha de sua educação básica, deve valorizar a universidade que forma esse professor. Há anos os problemas se acumulam: problemas de infraestrutura, assistência estudantil, respeito à autonomia, valorização da carreira docente”, pontuou o parlamentar.
O deputado defende a legalidade do movimento grevista, classificando a mobilização dos professores como um ato responsável com a universidade e com a sociedade. “A greve é legítima porque não houve respeito pelo Governo à sua data-base nem pagamento dos retroativos devido. É também porque não houve reposição das perdas inflacionárias conforme havia sido anunciado ano passado. O Governo errou. Optou por criminalizar o movimento, pediu ilegalidade da greve, multa a dirigentes sindicais e sua criminalização. Portanto, é absolutamente injusta e insensível a fala do Governador”, disparou Renato Roseno. .
Conforme o deputado, há mais de 500 disciplinas com carências de docentes, gerando cancelamento de disciplinas obrigatórias e atraso na formação discente. Ele também citou “gravíssimos” problemas de infraestrutura em muitas unidades. Na nota, Roseno diz que os alunos precisam de mais assistência, assim como os professores, que, segundo ele, esperam anos para que as promoções sejam implementadas.
