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quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Médicos explicam parada cardíaca, causa da morte de aposentada de 54 anos que deu à luz gêmeas



A aposentada Rosemeire Aparecida Ribeiro morreu, aos 54 anos, vítima de uma parada cardíaca, uma semana após dar à luz gêmeas e realizar o sonho de ser mãe. O g1 conversou, nesta quarta-feira (21), com médicos cardiologistas que explicaram sobre a causa da morte da mulher, analisaram a possível relação com procedimentos de fertilização e comentaram sobre a chamada ‘gestação de risco’, que pode ser classificada, entre diversos fatores, com a gravidez abaixo dos 15 anos ou acima dos 35.

Rosemeire morreu em Santos, no litoral de São Paulo, após dar entrada em um hospital relatando falta de ar. Segundo a irmã da dela, Célia Regina, a aposentada realizou “todos os procedimentos necessários” para garantir a própria segurança e a das crianças antes de se submeter à fertilização ‘in vitro’.

A parada cardíaca, de acordo com o médico cardiologista Marcelo Pilnik, é “consequência de uma arritmia cardíaca”. O profissional explicou também que “a principal causa do problema, que leva a uma parada cardiorrespiratória, é o infarto agudo do miocárdio”.

O médico cardiologista Rider Nogueira de Brito Filho, por sua vez, acrescentou que, ‘atrás’ de uma parada cardíaca, pode existir uma questão patológica, ou seja, relacionada a doenças, ou “qualquer coisa que esteja agredindo de forma muito intensa no organismo da pessoa, que acaba causando a morte. O último ‘evento’ desse processo é a parada cardíaca”.


Procedimentos para engravidar

Ainda de acordo com o o médico Marcelo Pilnik, não há ‘ligação direta’ entre os procedimentos para engravidar e a ocorrência de parada cardíaca, porém, é preciso que sejam realizados com cautela. “Temos que tomar cuidado com a dose dos hormônios que são usados, pois se usados de maneira inadequada, podem causar fenômenos tromboembólicos [formação de trombo]”.

O médico Rider Nogueira apontou que alguns riscos podem estar envolvidos, uma vez que, em sua maioria, a fertilização assistida seria procurada por pessoas com idades mais avançadas.

“Algumas coisas têm que ser levadas em conta, como o uso de hormônios durante esse tipo de tratamento. O aumento da chance de trombose, hipertensão arterial e outras coisas que podem estar envolvidas. Para que o tratamento seja adotado, é muito importante uma análise médica e prévia da paciente”, complementou Rider Nogueira.