Influenciadores digitais cearenses que divulgam jogos de azar nas redes sociais estão sob investigação da Polícia Civil do Ceará (PC-CE). O delegado-geral Márcio Gutiérrez destacou, durante coletiva de imprensa na quarta-feira, 20, que a corporação está com outros estados fazendo levantamentos para dar respostas rápidas em relação a esses crimes.
“Não passam de caça-níqueis on-line, uma variação do formato original dos caça-núqueis, mas aquilo é desenvolvido para tirar dinheiro das vítimas. A questão principal é lucro e dae prejuízo para pessoas que buscam dinheiro fácil e acham que vão ter algum retorno”, comentou.
Conforme o delegado, a utilização de influenciadores com milhares de seguidores é uma isca para atrair mais pessoas para o golpe.
Márcio Gutiérrez disse que os divulgadores dos jogos de azar que viajam para fora do Brasil para divulgar as plataformas também podem ser presos.
Na sexta-feira, 15, uma operação foi deflagrada no Ceará e no Maranhão para combater a divulgação de jogos de azar por influenciadores digitais. Um casal foi preso em Fortaleza, e outros cinco mandados foram cumpridos no Maranhão.
A investigação começou após uma série de suicídios no Maranhão, nos quais as vítimas eram pessoas que haviam perdido o patrimônio em jogos de azar on-line, também conhecido como “jogo do tigrinho”.
Essas plataformas eram divulgadas por influenciadores com milhares de seguidores; para publicar sobre os jogos, eles recebiam em torno de R$ 250 mil por semana, alcançando patrimônio de R$ 8 milhões em três meses.
Os influenciadores ostentavam carros e imóveis de luxo, no entanto, esses valores eram recebidos por meio da divulgação e não por lucro pelo jogo.
Nessa operação, a PC-CE descobriu que mais de 40 influenciadores de todo o Brasil estavam em Fortaleza, em um hotel, para a divulgação de uma nova plataforma de jogos de azar.
A Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas (Draco) identificou que o casal preso, que era o chefe do grupo, tinha uma casa no Eusébio e veículos de luxo