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quinta-feira, 27 de julho de 2023

Mulheres ocupam apenas 19% das vagas nas cortes superiores do Brasil


Recentemente, a baixa participaĆ§Ć£o feminina no Supremo Tribunal Federal (STF), foi criticada por sua presidente, Rosa Weber. Percebe-se tambĆ©m que essa baixa participaĆ§Ć£o feminina tambĆ©m se estende a toda a cĆŗpula do JudiciĆ”rio — Superior Tribunal de JustiƧa (STJ), Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Tribunal Superior do Trabalho (TST) e Superior Tribunal Militar (STM).


Foto: ReproduĆ§Ć£o/Pexels

Apesar de serem mais da metade da populaĆ§Ć£o, as mulheres representam apenas 19% da composiĆ§Ć£o dessas cortes, ocupando cerca de uma em cada cinco cadeiras. A AssociaĆ§Ć£o Cearense de Magistrados (ACM) observa com preocupaĆ§Ć£o esses nĆŗmeros e avalia, junto com a sua diretoria, associadas e associados, possĆ­veis aƧƵes que podem mudar essa realidade.

Em 2019, o Conselho Nacional de JustiƧa (CNJ) realizou uma pesquisa nomeada de “DiagnĆ³stico da ParticipaĆ§Ć£o Feminina no Poder JudiciĆ”rio”, elaborado pelo Departamento de Pesquisas JudiciĆ”rias (DPJ), e apontou que as mulheres correspondem a 51,6% da populaĆ§Ć£o brasileira, enquanto as juĆ­zas representam apenas 38,8% do total de magistrados no PaĆ­s.

De acordo com a juĆ­za titular do Juizado da ViolĆŖncia DomĆ©stica e Familiar de Caucaia/CE e associada da ACM, Deborah Cavalcante de Oliveira SalomĆ£o Guarines, Ć© perceptĆ­vel que Ć  medida que as juĆ­zas vĆ£o sendo promovidas na carreira jurĆ­dica, as chances de ser desembargadora vĆ£o diminuindo e assim acontece com a sucessĆ£o de cargos.

“Os dados criticados pela Ministra Rosa Weber foram colhidos a partir de um levantamento super sĆ©rio e rigoroso no Brasil. Eu avalio esses dados como preocupantes, porque percebemos como os Tribunais sĆ£o pouco diversos, mas tambĆ©m precisamos trazer esses dados para discussĆ£o, para falar sobre o problema e pressionar os responsĆ”veis pelas escolhas de novos membros, levando em consideraĆ§Ć£o o gĆŖnero, pois jĆ” estĆ” mais do que claro que a mulher pode exercer um trabalho completo, apresentando outras soluƧƵes e perspectivas com fundamento na diversidade”, explicou a magistrada.

DiagnĆ³stico atual

Segundo um levantamento realizado pelo portal Migalhas em 2020, nos Ćŗltimos anos, o tribunal com maior presenƧa feminina Ć© o Tribunal Superior do Trabalho (TST) com cinco mulheres entre 27 ministros. JĆ” no Superior Tribunal de JustiƧa (STJ) sĆ£o seis ministras mulheres no total de 33 cadeiras. Na Suprema Corte Federal (STF) sĆ£o duas mulheres ministras entre as 11 cadeiras disponĆ­veis. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por sua vez, nĆ£o conta com nenhuma participaĆ§Ć£o feminina, jĆ” o Superior Tribunal Militar (STM) apenas uma mulher entre as doze vagas. AlĆ©m disso, o retrocesso tambĆ©m serĆ” mantido, caso a vaga da Ministra Rosa Weber nĆ£o seja ocupada por uma mulher.