O mito de que o Mercado Internacional é apenas para grandes empresas costuma se fortalecer em momentos de incertezas, como este de Pandemia do Coronavírus. Porém, é justamente agora que as empresas, especialmente as de menor porte, precisam enxergar a internacionalização como uma saída para superar as dificuldades.
As Exportações Cearenses registraram US$ 105,8 milhões em janeiro de 2021. As informações são do Estudo Ceará em Comex, divulgado pelo Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). A participação da pauta exportadora cearense na balança comercial do Nordeste é de 9,3%; e no âmbito nacional se mantém em 0,71%.
Atualmente, das 25 mil empresas do País que exportam, uma a cada três (8,4 mil), são de pequeno porte. Apesar dessa participação significativa, as micro e pequenas empresas exportadoras são responsáveis por apenas 1% dos valores negociados. Diversas entidades atuam com o propósito de aumentar o número de pequenos negócios exportadores e incrementar a participação das pequenas empresas na pauta das exportações brasileiras.
- O Centro Industrial do Ceará-CIC, apoia esse processo e, juntamente com a Fiec, oferece suporte para expansão da atuação das empresas para o mercado externo através do Observatório da Indústria. Hoje, temos nesse equipamento um importante meio para prospecção de mercados, passando pela busca de insumos, inclusive", explica o presidente do CIC, Marcos Soares.
A JM Negócios Internacionais, empresa de despacho aduaneiro, atua como agente logístico de micro e pequenas empresas que estão em busca de novos mercados. Augusto Fernandes, CEO da empresa, defende que a busca por alternativas para ampliar o faturamento será prioridade entre os diferentes segmentos de negócios.
- No nosso portfólio de clientes, temos micro e pequenas empresas que já exportam cosméticos, pedras ornamentais e produtos para limpeza de navios para a Europa e Estados Unidos", aponta Augusto Fernandes.
Desafios - Diversos entraves ainda impedem que os pequenos negócios façam um maior volume de vendas para outros países, como a excessiva burocracia, o custo da logística, entre outras razões. Especialistas apontam, ainda, a cultura empresarial, a capacitação dos empreendedores, as expectativas sobre as exportações e a motivação, como aspectos relevantes na hora de explorar o mercado internacional.
Augusto Fernandes destaca que o brasileiro carrega em seu DNA uma criatividade única. E isso se traduz em valor agregado aos produtos e serviços, especialmente na hora de explorar novos mercados.]
- Sabemos que fazer comércio exterior não é fácil. Antes de conseguir levar seus produtos às mãos dos consumidores internacionais, é preciso superar uma série de obstáculos para os quais os pequenos negócios não estão, normalmente, preparados”, afirma Augusto Fernandes.
Dicas - Confira as dicas do CEO da JM Negócios Internacionais, Augusto Fernandes:
- Definir os objetivos pretendidos com a internacionalização;
- Fazer uma estratégia de internacionalização e um alinhamento com a estratégia do mercado interno;
- Identificar barreiras tarifárias (imposto de importação no mercado de destino) e não tarifárias (normas técnicas, cotas) impostas pelos mercados pretendidos;
- Conhecer os principais aspectos tributários e de composição de custos na internacionalização;
- Conhecer os regimes aduaneiros especiais (drawback, admissão temporária) para identificar benefícios;
- Compreender que o planejamento estratégico necessita incluir o risco calculado;
- Conhecer as linhas de financiamentos à internacionalização;
- Comunicar-se em outro idioma.