Mais
quatro suspeitos de envolvimento nolatrocínio que
vitimou a universitária Cecília Rachel Gonçalves Moura, 23, foram
presos, na madrugada deste sábado (14), Em Fortaleza.
Com essas detenções, sobe para 6 o número de pessoas capturadas pelo crime que
ocorreu na última quinta-feira (12) no Parque
Manibura.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), as diligências de policiais civis
da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do 13º Distrito Policial
levaram a captura dos suspeitos, envolvidos direto e indiretamente no caso,
porém mais detalhes só serão repassados na próxima segunda-feira (16).
A Pasta ressaltou que equipes da Unidade Tático Operacional
(UTO) e da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD) deram apoio às ações
policiais.
As duas
primeiras prisões ocorreram horas depois do crime. Na tarde de
quinta-feira, Antônio Honorato Pinheiro Macedo Filho, 18, e Leonardo Lima do
Nascimento, 21, foram capturados e o carro utilizado no crime foi apreendido
pelas equipes policiais. Em depoimentos, eles confessaram o latrocínio e
disseram que escolheram abordar o carro da jovem porque o veículo estava com
vidros baixos e "só tinha uma mulher". Segundo o delegado Leonardo
Barreto, diretor da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Leonardo
tinha passagem por tráfico de drogas e, Honorato, por crime de trânsito.
"Tudo leva a crer que foi latrocínio, mas nós temos 10 dias
para concluir a investigação. Não podemos descartar outras hipóteses",
disse Leonardo Barreto.
Sepultamento
Solidários ao pedido feito pela família, dezenas de pessoas
compareceram ao Cemitério Parque da Paz, onde a jovem foi sepultada,
na tarde dessa sexta-feira (13), vestindo roupas brancas, como uma forma de
chamar atenção para que as autoridades governamentais tomem providências em
relação ao caso. “Até quando?”, disseram.
A pergunta feita pela ex-colega de curso da vítima, Paula
Beviláqua, faz-se calar. “Uma menina doce e feliz, que amava viver”. É assim
que ela define a jovem, vociferando a solução do caso para que outras
“Cecílias, Terezas e Marias” não sejam mais vítimas do mesmo fato.
Os familiares partilham a mesma ideia: não existe Justiça sem
haver punição. A fé, segundo a tia da jovem, Catarina Freitas, serve, no
momento, como um ponto de equilíbrio para todos. “O esclarecimento espírita que
nós temos é que realmente chegou o momento dela partir, porém sabemos que foi
um crime brutal”, relata a familiar.
O namorado da estudante, Isac Anderson
Barbosa, disse que o casal completaria um ano de relacionamento na próxima
segunda-feira (16). Emocionado, ele lembra que se conheceram na universidade, e
que nutriu um sentimento pela então companheira durante três anos. Rememorando
as características da namorada, ele recorda: “ela tinha um senso de Justiça
extremamente aguçado. Era da personalidade dela”, afirma, definindo a jovem
como empática e relatando que o casal planejava realizar um projeto para ajudar
crianças e idosos.
Entenda o crime
Cecília foi baleada na manhã de quinta-feira (12) quando
dirigia seu veículo pela Rua Vereador Pedro Paulo, no bairro Parque Manibura.
Ela foi abordada por dois criminosos em um veículo. Segundo apurou a Polícia
Civil, a universitária tentou fugir do assalto, mas acabou lesionada a bala. A
estudante perdeu o controle do automóvel, que chocou-se contra um muro.
A jovem foi levada em estado gravíssimo ao Instituto Doutor José
Frota (IJF), que confirmou a
morte da vítima na noite de quinta. A estudante estagiava no Ministério Público
Federal (MPF) e no Ministério
Público Estadual (MPCE), que
divulgaram notas de pesar pelo assassinato. O Ministério Federal informou que
Cecília havia iniciado estágio na Procuradoria da República no Ceará no último
dia 17 de janeiro. Desde então, atuava no Núcleo Criminal da instituição.
Fonte-Diário do Nordeste