Uma garota de aproximadamente
17 anos, se tornou a mais recente vítima da guerra travada entre facções
criminosas nas ruas do Grande Bom Jardim nas últimas 48 horas. Na noite desta
quinta-feira, em meio a um toque de recolher imposto pelos bandidos no bairro,
a jovem foi executada a tiros. A Polícia só apareceu no local do crime cerca de
uma hora depois, segundo o relato dos moradores. O clima continua de tensão no
antes denominado “Território da Paz”, na zona Sul de Fortaleza.
Passavam
poucos minutos das 19 horas, quando um grupo de quatro pessoas seguia à pé pela
Rua Juliana Nojosa, próximo à comunidade Marrocos, quando foram surpreendidas
pelos assassinos. Eram homens pertencentes a uma das facções criminosas em
“guerra” pelo território. A garota foi a escolhida do grupo para a execução
sumária. A jovem foi tirada do meio de seus amigos e fuzilada, sem chance
alguma de defesa.
Segundo
os moradores, o corpo da garota ficou estendido no meio da rua deserta, até
que, cerca de uma hora depois, uma patrulha da Polícia Militar apareceu após
uma chamada anônima à Ciops relatando o assassinato. Equipes da Divisão de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e da perícia Forense do Ceará (Pefoce)
iniciaram as investigações. A Polícia acredita que o crime tenha sido praticado
por ordem de traficantes da região.
Pânico e toque de recolher
A
disputa de facções nas ruas do Bom Jardim deixou um rastro de sangue e morte
nas últimas 72 horas. Na madrugada de quarta-feira (25), um intenso tiroteio
ocorreu na comunidade do Urubu, quando um grupo de criminosos encapuzados e
fortemente armados tentou invadir o território de outra facção e se deparou com
duas patrulhas da PM. Os policiais sofreram uma emboscada e o tiroteio se
estendeu por mais de uma hora. Um PM ficou ferido.
Horas
depois, por volta do meio-dia, outro cerco policial no mesmo bairro, terminou
em tragédia. Um garoto de apenas 6 anos de idade foi baleado e morto quando a
Polícia tentava prender duas ex-presidiárias que escondiam armas e drogas em
uma residência na Rua Nova Conquista. Segundo versão da PM, a tia do garoto,
que havia atirado contra os policiais da Coordenadoria de Inteligência Policial
(CIP) e baleado um militar, usou o próprio sobrinho como “escudo humano”. O
garoto José Isaac Santiago da Silva não resistiu aos ferimentos a tiros. A avó
também ficou ferida.
Ainda
na quarta-feira, já à noite, durante uma perseguição a um grupo de bandidos
armados nas ruas do Bom Jardim, um jovem morador