Ao instituir o Dia Mundial dos
Pobres, que deve ser celebrado no XXXIII Domingo do Tempo Comum de cada ano, o
Papa Francisco pediu aos católicos e pessoas de boa vontade que “se empenhem na
criação de muitos momentos de encontro e amizade, de solidariedade e ajuda
concreta”. E foi nesse clima de unidade, em comunhão com todas as dioceses do
mundo, que a diocese de Crato vivenciou este primeiro Dia Mundial dos Pobres,
celebrado hoje, dia 19 de novembro.
Em
todas as celebrações deste dia o bispo diocesano, dom Gilberto Pastana,
destacou a importância de ser atendido o pedido do Santo Padre. “O Papa
Francisco nos convida hoje para olharmos com o olhar do coração, nos
aproximarmos mais dos pobres, dos excluídos, daqueles que, na sociedade
organizada pelo deus dinheiro, não são incluídos, não tem vez e voz. Eles são
vitimas de uma forma de organizar a sociedade que não inclui, mas exclui. São
mais vitimas dos preconceitos existente em nosso meio. Nossas ações boas passam
por essa percepção, por esse ir ao encontro daqueles que são esquecidos, que
vivem sem esperança, muitos deles abandonados, que fazem parte da população de
rua. Precisamos ser solidários sempre com aqueles que carecem do nosso amor, de
nossa partilha”, disse.
Como forma concreta, dom Pastana
visitou, ao final da tarde, os moradores de rua atendidos pelo Albergue Santa
Bernadete, localizado em Juazeiro do Norte, coordenado pela Comunidade Católica
Shalom. Ali, o pastor diocesano escutou pacientemente as histórias de vida que
lhe contaram, abraçou, sorriu, levou palavras de esperança e até tomou um
cafezinho com aqueles que estão às margens da sociedade.
Um
dos albergados era o Gean Douglas. Ele veio de Fortaleza e ao chegar ao Cariri
se viu em estado de rua e ainda não conseguiu contornar essa situação. Gean se
sentiu importante por receber a visita de tamanha autoridade da Igreja e falou,
sorrindo, que o bispo tinha lhe dado um aperto de mão e um forte abraço. “É uma
honra pra nós. Estamos alegres!”, expressou.
Todo
o tempo em que dom Gilberto esteve no albergue era perceptível o amor, a
empatia e a solidariedade. “Para nós está sendo a presença de Cristo em nossa
casa. É Cristo que está conosco, que nos abençoa e diz: ‘continuem que vale a
pena’. Todo mundo é digno de amar e ser amado”, disse a coordenadora local do
Shalom, Andréa Barros.
Pessoas da comunidade
participaram desse momento e levaram doações, como cestas básicas, que servirão
para a alimentação dos albergados no período em que permanecem na casa.
A
ação, como as demais realizadas em todas as paróquias da diocese, foram feitas
na certeza de que, como diz o Papa Francisco na mensagem para o Dia Mundial dos
Pobres, “Deus criou o céu e a terra para todos; foram os homens que,
infelizmente, ergueram fronteiras, muros e recintos, traindo o dom originário
destinado à humanidade sem qualquer exclusão”, e na solicitude de romper o
círculo da solidão com amor, pois, ainda segundo Francisco, “se realmente
queremos encontrar Cristo, é preciso que toquemos o seu corpo no corpo chagado
dos pobres, como resposta à comunhão sacramental recebida na Eucaristia”.